Desenvolvimento de habilidades, gestão de comportamentos e o ato de cozinhar como proposta lúdica.
Raphael Rosa, nascido em São Paulo e morador de Florianópolis há seis anos, teve a filha Lara diagnosticada no espectro autista em 2018, após um ano de investigação.
Em fevereiro do ano seguinte, o pai de Lara, que na época produzia e vendia alimentos congelados, iniciou um curso de Assistente Terapêutico para participar da condução do tratamento da filha juntamente com a esposa, sob a supervisão do Instituto Farol, que é referência em intervenção precoce nos casos de TEA (Transtorno do Espectro Autista). A resposta de Lara às sessões de terapia foi rápida e satisfatória.
Em meio à pandemia de Covid-19 e com o afastamento de alguns Assistentes Terapêuticos do atendimento aos pacientes, Raphael foi procurado por famílias de crianças atendidas no Farol que o convidaram a ser Assistente nas terapias de seus filhos em casa. Estes pais e mães acompanharam a evolução rápida de Lara com as intervenções terapêuticas realizadas pelo pai, embasadas pela formação no Instituto. Raphael, que não queria largar o trabalho na cozinha, mas confiante no resultado do acompanhamento clínico das crianças no espectro autista, teve a ideia de unir as duas paixões e a cozinha tornou-se o ambiente ideal para aplicar os conhecimentos científicos que respaldam as intervenções. Surgiu então a Cozinhaterapia com o Tio Rapha: “Fiz um plano de atendimento para uma criança, iniciei as sessões terapêuticas e a conquista de habilidades foi mais rápida do que eu havia imaginado. Após começar com essa criança alguns pais passaram a contratar sessões de cozinhaterapia também para os irmãos mais velhos, neurotípicos, dos meninos e meninas que eram pacientes do Instituto.”
Desde janeiro deste ano, Tio Rapha faz parte do quadro de terapeutas da clínica Neurovital, em Florianópolis, além de continuar realizando atendimentos domiciliares. Ele explica que a cozinhaterapia tem como meta ampliar o repertório alimentar e não a promoção de dietas. Se a criança possui intolerância ou alergia a alguma proteína dos alimentos deve ser acompanhada por nutricionista. E ressalta: “A ideia nunca foi colocar a família em uma linha mais ‘saudável’ de alimentação ou em restrição disso ou daquilo. Meu trabalho visa aproximar as crianças do preparo das refeições a fim de propiciar melhores momentos em família e de interação com o ambiente em volta. Atendo uma família que sempre que ia a algum evento precisava levar marmita para o filho de 8 anos, sem que houvesse qualquer alergia alimentar. A maior barreira das crianças que têm um paladar seletivo é comportamental e a minha proposta é promover o interesse delas pela comida.”
O terapeuta cozinheiro pontua que nos casos em que há dificuldade de deglutição, alterações da musculatura orofacial ou hipersensibilidade sensorial, o tratamento necessita ser realizado em parceria com fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional.
Raphael planeja disponibilizar em breve um curso exclusivo para auxiliar os homens pais na organização e divisão justa entre o tempo de trabalho e tempo para a família.
Para mais informações sobre a cozinhaterapia e os demais projetos de Raphael, siga-o no Instagram https://www.instagram.com/raphaelrosa_cozinhaterapia/
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