Aqui vamos falar de estereotipias motoras. Para alguns autistas o termo estereotipia pode soar estigmatizante e, por isso, estes movimentos também podem ser chamados de stim – uma abreviação de stimming, referente a self stimulating behavior (comportamento auto estimulatório, em inglês). Sabe aquele hábito de mexer nos cabelos, roer unhas ou ficar batendo um pezinho no chão quando estamos ansiosos? Estereotipia, ou stim, é isso!
Para quem está no espectro autista a frequência pode ser muito maior do que no restante da população, e é um dos critérios importantes para o diagnóstico da condição. Balançar os braços, fazer movimento de pêndulo com o tronco para a frente e para trás, morder os lábios, arregalar os olhos, andar de um lado para o outro, alinhar objetos, entre outros comportamentos repetitivos, auxiliam no processamento sensorial, na autorregulação. Deve-se intervir apenas quando a estereotipia for realmente prejudicial ao indivíduo autista. Bater a cabeça, por exemplo, ou pular de uma superfície alta, no caso das crianças, são atos perigosos e podem fazer com que elas se machuquem. Se os stims propiciam fuga das demandas do dia a dia, atrapalham o aprendizado ou expõem a pessoa socialmente de forma inadequada, há a necessidade de estruturar a rotina e investir em terapias que a auxiliem a ter controle de seus comportamentos. Caso os movimentos não causem prejuízos, como é o caso na maioria das vezes, a recomendação é seguir em frente sem se importar com julgamentos capacitistas que possam surgir. Capacitismo se combate com informação e autoestima.